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ISSN (impressa): 1414-8145
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
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Ministério da Educação
CAPES

Volume 20, Número 4, Out/Dez - 2016



DOI: 10.5935/1414-8145.20160088

PESQUISA

Prazer e sofrimento no cuidado ao idoso em instituição de longa permanência: percepção dos trabalhadores de enfermagem

Pâmela Patricia Mariano 1
Lígia Carreira 1


1 Universidade Estadual de Maringá. Maringá, PR, Brasil

Recebido em 30/03/2016
Aprovado em 21/05/2016

Autor correspondente:
Pâmela Patricia Mariano
E-mail: pamelamariano22@hotmail.com

RESUMO

OBJETIVO: Identificar as situações geradoras de prazer e sofrimento no cuidado aos idosos institucionalizados na perspectiva dos trabalhadores de enfermagem.
MÉTODOS: Estudo exploratório-descritivo e qualitativo, com trabalhadores de enfermagem de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e à Teoria da Psicodinâmica do Trabalho de Dejours.
RESULTADOS: O prazer ocorre diante do reconhecimento dos trabalhadores por parte dos idosos, na contribuição para a melhora clínica destes e na criação de vínculo entre eles. O sofrimento é vivenciado pelos profissionais frente ao distanciamento familiar, o declínio funcional dos idosos que leva a sua morte e por conviverem com os comportamentos resistentes dos mesmos.
CONCLUSÕES: Os trabalhadores de enfermagem em ILPI vivenciam sentimentos ambíguos. Destaca-se a ressignificação do sofrimento como forma de alcançar o equilíbrio na relação trabalho-saúde-adoecimento. O estudo fornece subsídios para a discussão sobre essa relação no cuidado de enfermagem em ILPI.


Palavras-chave: Enfermagem; Instituição de Longa Permanência para Idosos; Saúde do trabalhador; Satisfação no trabalho; Estresse psicológico

INTRODUÇÃO

A enfermagem tem como foco o cuidado ao ser humano durante todo o ciclo da vida e em diversos graus de complexidade, proporcionando a reabilitação física e mental dos indivíduos, além da promoção e prevenção da saúde. Ao mesmo tempo em que os trabalhadores de enfermagem cuidam dos indivíduos, eles vivenciam situações em seu contexto laboral que podem desestabilizar a sua saúde física e mental.

De acordo com a Teoria da Psicodinâmica do Trabalho, a atividade laboral não pode ser considerada neutra, pois ao passo que esta é fonte de prazer, também influencia negativamente os sujeitos. Dessa forma, qualquer atividade laboral pode gerar o sofrimento ao trabalhador, levando-o ao adoecimento somático e psicológico1. Esse fato é evidente no contexto laboral da enfermagem, pois os profissionais dessa área convivem com o sofrimento dos pacientes e familiares, além da finitude da vida, situações que geram sentimento de tristeza e impotência aos profissionais2-5.

Mas o trabalho de enfermagem não se limita às situações geradoras de sofrimento e adoecimento físico e mental dos seus trabalhadores. Eles também vivenciam sentimentos positivos diante da recuperação e cura dos indivíduos que estão sob seus cuidados e o consequente reconhecimento do seu trabalho por parte destes e seus familiares, bem como a sensação de estarem desempenhando um trabalho útil5. Dessa forma, o trabalho de enfermagem é complexo e heterogêneo, englobando, simultaneamente, atividades insalubres, penosas e difíceis, bem como situações que permitem o prazer a satisfação profissional2.

Quando se refere ao sofrimento laboral, geralmente, a instituição hospitalar passa a ser alvo de investigação, especialmente, as unidades de terapia intensiva, serviços de emergência e oncológicos3-6. Entretanto, os profissionais de enfermagem atuam em diversas áreas da saúde, em que apresentam situações que também podem gerar conflitos entre o trabalhador e o seu trabalho. Dentre esses locais, encontram-se as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que prestam assistência aos idosos, dependentes ou não, que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

Sabe-se que o cuidado ao idoso dependente exige a execução de atividades que envolvem esforço físico, concentração e planejamento, acarretando, com o passar do tempo, o desgaste físico e emocional de quem cuida e, consequentemente, o surgimento de sentimentos de insatisfação e descontentamento profissional. A assistência a essa clientela gera uma gama complexa e variada de sentimentos que influenciam diretamente a qualidade da assistência prestada e a relação dos trabalhadores com a sua atividade laboral e sua saúde7-10.

Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi identificar as situações geradoras de prazer e sofrimento no cuidado aos idosos residentes em ILPI na perspectiva dos trabalhadores de enfermagem.

MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa, realizada com trabalhadores de enfermagem das seis ILPI cadastradas pela Secretaria de Assistência Social e Cidadania (SASC) de uma cidade no Noroeste do estado do Paraná/Brasil.

Dentre as seis instituições, duas eram filantrópicas (ILPI A e B); três, particulares (ILPI C, D e E); e uma, governamental (ILPI F). A ILPI B era a que prestava assistência a um maior número de idosos, sendo 94, seguida da ILPI A com 53; ILPI C, com 47; ILPI D, com 45; ILPI E, com 24; e ILPI F, com 15 idosos. Em relação ao perfil da clientela atendida, identificou-se que a maioria dos idosos apresentava alto grau de dependência de cuidados, sendo parcialmente ou totalmente dependentes da equipe de enfermagem.

Em todas as ILPI em estudo, a assistência de enfermagem era caracterizada por atividades rotineiras compreendendo higiene pessoal dos idosos, preparo e dispensação de medicamentos, oferta de alimentação, aferição de sinais vitais, organização dos espaços de repouso e alimentação dos idosos e atividades recreativas com a clientela em questão. As instituições contam com o trabalho de enfermagem em todos os turnos.

Os critérios de inclusão do estudo foram atuar há pelo menos seis meses na instituição, visto que este é um período em que o profissional já se encontra incluído na rotina de trabalho da instituição e com conhecimento a respeito do cuidado ao idoso, estando apto a responder as questões norteadoras do estudo. Foram excluídos os trabalhadores que não se encontravam na instituição no momento da coleta de dados, ou seja, aqueles que estavam em licença do trabalho ou em período de férias.

O número de entrevistas obedeceu ao critério de saturação das informações, ou seja, quando o problema da pesquisa já estava adequadamente esclarecido e não surgissem novos elementos narrados pelos profissionais. De acordo com os dados coletados de cada entrevista, a pesquisadora analisava se as questões norteadoras foram respondidas e se o conjunto das entrevistas de cada instituição demonstrava a percepção geral dos profissionais de enfermagem a respeito do objeto de estudo naquele local de trabalho em questão. Se as informações coletadas na instituição saturassem, as entrevistas nesse local eram encerradas e iniciavam-se na instituição seguinte. Vale ressaltar que os entrevistados foram abordados, individualmente, de acordo com a sua disponibilidade para participar do estudo no momento em que a pesquisadora se encontrava na instituição.

Assim, o número de entrevistados entre as ILPI variou, uma vez que a qualidade e riqueza de dados foram distintas entre os entrevistados e instituições, isto é, alguns trabalhadores expressavam com mais detalhamento que outros, apresentando maior densidade nas informações acerca do objeto de estudo. Dessa forma, foi possível identificar o conjunto das percepções dos trabalhadores sobre a questão do estudo com um número diferente de entrevistas em cada instituição.

Vale ressaltar que o número de entrevistados entre as ILPI também variou por causa da diferença na quantidade de trabalhadores de enfermagem em cada instituição, sendo incluídos cinco profissionais entre os dez da ILPI A, seis entre os 13 da ILPI B, sete dos 17 da ILPI C, três dos oito da ILPI D, dois entre os cinco da ILPI E e quatro dos sete na ILPI F. Ao final das entrevistas, fizeram parte da pesquisa 27 trabalhadores de enfermagem das seis ILPI.

Para a coleta de dados, foi utilizada a entrevista semiestruturada conduzida pelas seguintes questões norteadoras: Em que momento da sua vida profissional pensou em trabalhar com idosos? Fale como se deu o início de suas atividades profissionais com idosos e nessa instituição. Quais sentimentos você vivencia no seu trabalho? Em quais situações?

A coleta dos dados ocorreu no período entre abril e setembro de 2013. As entrevistas foram realizadas com o auxílio de um gravador digital, com duração média de 37 min, transcritas na íntegra e, posteriormente, analisadas com base no referencial metodológico da Análise de Conteúdo de Bardin11, que consiste em um agrupamento de técnicas, dividido em três fases: pré-análise, exploração dos dados, seguida do tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

Na pré-análise, foram realizadas leituras sucessivas das entrevistas, a fim de sistematizar os dados. Na primeira leitura, foram grifados os pontos de interesse. Em seguida, realizou-se uma nova leitura para revisar os pontos que foram grifados anteriormente, a fim de garantir a identificação de todos os aspectos dos discursos. Na terceira leitura, os dados foram organizados de acordo com os objetivos da pesquisa, realizando-se a codificação dos dados. Entende-se por codificação a agregação dos dados brutos em unidades, que possibilitam descrição das características do conteúdo, ou seja, os dados são organizados segundo unidades de significado para que se possa visualizá-las de forma agrupada, facilitando a compreensão e posterior interpretação11.

Na etapa de exploração, realizou-se a categorização, ou seja, a transformação dos dados brutos em dados organizados. Esse processo consistiu em encontrar grupamentos e associações que respondessem aos objetivos do estudo. Assim, as unidades de significados foram agrupadas de acordo com as semelhanças temáticas, surgindo duas grandes categorias.

Na terceira e última etapa realizou-se a análise de conteúdo propriamente dita, caracterizado pela inferência e interpretação dos dados das três categorias, relacionando-os com os achados da literatura científica.

Para compreender melhor a relação trabalho-saúde-adoecimento, os achados deste estudo foram discutidos à luz do referencial da Psicodinâmica do Trabalho de Christophe Dejours. Esse referencial teórico dedica-se à análise dos processos psíquicos envolvidos na confrontação dos indivíduos com a realidade do trabalho. Seu interesse está voltado para as vivências dos sujeitos no trabalho, que se manifestam pela relação sofrimento-prazer e pelo desenvolvimento de estratégias de ação que permitem o estado de normalidade dos trabalhadores frente o ambiente desestruturando do trabalho12.

O estudo obedeceu às diretrizes da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde13 e foi autorizado pelos responsáveis pelas instituições, bem como pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa, envolvendo Seres Humanos, da Universidade Estadual de Maringá, com o Parecer nº 207.426/2013. Todos os participantes assinaram o Temo de Consentimento Livre Esclarecido em duas vias e para garantir o anonimato as falas foram identificadas pela letra E para Enfermeiro, TE para Técnico de Enfermagem e AE para Auxiliar de Enfermagem, seguidas de números arábicos, conforme a ordem em que as entrevistas foram realizadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre os sujeitos de pesquisa, encontram-se cinco enfermeiras, 12 técnicos de enfermagem e dez auxiliares de enfermagem, sendo 23 do sexo feminino, de todos os turnos de trabalho. A idade dos trabalhadores variou entre 22 e 56 anos, o tempo na profissão de um a 26 anos e o trabalho na ILPI atual entre sete meses e nove anos.

A análise das entrevistas possibilitou a construção de duas categorias, a primeira relacionada às situações geradoras de prazer no processo de trabalho com idosos e a segunda, às situações geradoras de sofrimento neste contexto laboral.

Situações geradoras de prazer no cuidado aos idosos institucionalizados

Os trabalhadores de enfermagem vivenciam o prazer ao longo do cuidado aos idosos. Eles afirmaram ficar satisfeitos ao perceberem o reconhecimento do seu trabalho por parte dos idosos, manifestado por gestos e palavras de gratidão.

[...] é uma delícia você chegar e fazer alguma coisa por alguém e, em retribuição, ele te dá um abraço, um beijo. Eles agradecem de coração, não tem preço. Fazer o trabalho e ver a pessoa te valorizando, me deixa satisfeita (TE 8).

[...] é gostoso saber que você trabalha e tem idoso que reconhece o que você faz, o seu esforço. Isso é o melhor do trabalho (TE 10).

O reconhecimento é um modo de retribuição simbólica dada ao sujeito para compensar o esforço investido na realização do trabalho, o que leva à construção da identidade do trabalhador e, consequentemente, a vivência de prazer e realização profissional14. Essa valorização é fundamental para que o indivíduo possa vivenciar o prazer laboral, conferindo-lhe significado ao que ele realiza, evitando a alienação decorrente do desprezo e da falta de sentido diante do trabalho1.

Estudo com trabalhadores de enfermagem que cuidam de idosos hospitalizados evidencia a relação da valorização do cuidado prestado com as vivências de prazer, bem como revela que os idosos geralmente reconhecem mais a dedicação dos profissionais, demonstrando, naturalmente, a sua gratidão por eles10.

O reconhecimento por parte dos idosos permite aos trabalhadores a confirmação da execução de bom trabalho, conferindo-lhes satisfação por sentirem-se competentes. Situações que motivam o trabalhador de enfermagem realizar o trabalho com mais dedicação e qualidade.

Sinto-me realizada e feliz por eles nos valorizarem. Sinto que estou fazendo bem o meu trabalho. Ai que eu procuro trabalhar mais ainda, fazer o meu melhor [...] (TE 9).

Essa valorização mostra-se decisiva na mobilização subjetiva da inteligência e da identidade do sujeito na sua atuação laboral, isto é, no desenvolvimento das suas habilidades e na construção do seu perfil profissional. Essa dinâmica é definida na psicodinâmica do trabalho como "motivação no trabalho", que leva o indivíduo à vivência do prazer no contexto laboral14.

Ter o seu trabalho reconhecido estimula a permanência do trabalhador de enfermagem nessa área de atuação, mesmo que, inicialmente, esta não fosse a sua escolha.

Eu não gostava muito de cuidar de idosos. Sempre pensei em trabalhar em hospital. Mas, então, eu fui trabalhar em um lar e me encantei com essa área, me encantei com os idosos, por esse retorno deles [...] (AE 9).

O mercado de trabalho apresenta-se altamente competitivo e a relação de oferta e procura de emprego está cada vez mais desproporcional, sendo que as oportunidades de trabalho são sempre menores se comparado ao número de indivíduos dispostos a realizarem uma atividade laboral. Estes, por sua vez, se submetem a trabalhos que não condizem com os seus desejos e afinidades, pela necessidade de sobrevivência. Esta é a realidade atual da enfermagem, o que impulsiona os trabalhadores a exercerem sua função em certas áreas que não são de sua preferência, causando-lhes descontentamento e insatisfação15.

Observou-se que muitos dos trabalhadores de enfermagem das ILPI não desejavam trabalhar nessa área. No entanto, a convivência com os idosos e a percepção do reconhecimento do cuidado por partes destes possibilitaram a ressignificação do sofrimento, ou seja, a transformação de situações que antes geravam sofrimento e agora proporcionam prazer ao trabalhador. Nota-se, assim, a importância do reconhecimento dos trabalhadores para a vivência do prazer no ambiente laboral.

Outros trabalhadores afirmaram sempre desejar atuar na área de gerontologia e, por isso, sentem-se satisfeitos por estarem trabalhando em uma ILPI. O prazer para esses profissionais está diretamente ligado ao fato de lidarem com a pessoa idosa, aspecto também observado em outros estudos com profissionais que cuidam de idosos10,16. Isso evidencia que o trabalho livremente escolhido favorece a vivência do prazer, sendo uma fonte de realização profissional12.

Eu sempre quis trabalhar com idoso, eu falo que hoje eu sou paga para fazer o que eu gosto (TE 4). [...] Hoje eu sou realizada profissionalmente, porque gosto do que eu faço, de trabalhar com idosos. É a profissão que eu gosto e na área que eu gosto (AE 7).

Por se identificarem com a atividade desempenhada, estes trabalhadores vivenciam diariamente o prazer, visualizando o trabalho não só como fonte de renda, mas, principalmente, como realização do seu desejo quanto profissional. Estudos sobre o sofrimento e prazer dos trabalhadores de enfermagem que atuam em outros serviços, como unidade de UTI e hemodiálise, também evidenciaram o prazer mediado pela identificação com o trabalho5,17, ratificando os resultados desta pesquisa.

A criação de vínculos afetivos entre os trabalhadores e os idosos é outra fonte de prazer. À medida que esses vínculos vão se intensificando, ocorre a substituição do relacionamento estritamente profissional por uma relação familiar, o que gera o prazer para todos os envolvidos e transforma o trabalho em fonte de alegria e satisfação.

[...] eles nos tratam como filhos, eles beijam abraçam a gente. Aqui para mim é uma família. Eu saio da minha casa e eu venho para minha segunda casa. É bem gostoso! (TE 2).

[...] nos abraçamos e beijamos, vira uma família. É gratificante, a gente fica feliz com isso. Tem gente que reclama do seu serviço, mas eu não, no meu serviço é abraço e beijo o dia inteiro (AE 7).

Esse relacionamento afetivo entre trabalhadores e idosos emerge da longa convivência entre eles, já que os profissionais realizam o cuidado para os mesmos idosos por grande período de tempo. Essa característica também é visualizada em alguns serviços de atendimento a pessoas com doenças crônicas, como a hemodiálise e as unidades oncológicas, em que os pacientes passam a receber assistência diária da equipe de enfermagem durante meses ou, até mesmo, anos, proporcionando a criação do vínculo entre eles5,6.

Esse envolvimento afetivo entre a equipe de enfermagem e os indivíduos sob seus cuidados denota um caráter espiritual sobre o cuidado, uma vez que os benefícios dessa relação transcendem a saúde física do paciente, abordando os sentimentos de caridade e amor com o próximo, influenciando positivamente o grau de satisfação dos profissionais, resultando na vivência do prazer laboral18.

Para a Psicodinâmica do Trabalho, o prazer pode emergir no ambiente laboral, quando este oferece condições de interação e de socialização, o que fortalece o desenvolvimento da identidade do trabalhador e possibilita a transformação do trabalho ao seu favor1. Nesse sentido, o cuidado prolongado influencia positivamente a relação dos trabalhadores de enfermagem com a sua função laboral, bem como a qualidade da assistência prestada.

Os trabalhadores de enfermagem também sentem prazer ao ver a melhora do quadro clínico dos idosos por meio da sua assistência, seja pelos conhecimentos técnicos ou pela atenção dedicada ao idoso.

[...] quando eu vejo um idoso que ficou bem com meus cuidados, fico muito feliz. Percebo que estou fazendo a diferença, ajudando eles a ficarem bem [...] nos sentimos úteis aqui (TE 11).

Queremos que eles fiquem bem, então quando vemos eles melhores, sabemos que tem um pouquinho da nossa ajuda [...] Fico feliz com isso. Percebemos que fizemos parte dessa melhora (AE 7).

Quando existe a compatibilidade entre o conteúdo e objetivo da tarefa a ser exercida e os desejos inconscientes do trabalhador, o prazer passa a ser vivenciado no trabalho12. Essa relação fica clara na fala acima, quando o trabalhador expressa o desejo de que os idosos fiquem saudáveis e a sua satisfação ao perceber que, por meio do seu trabalho, colabora para isso.

Os sentimentos de orgulho e utilidade ficam claros nos depoimentos dos trabalhadores quando eles relatam a sua contribuição para o conforto, alívio da dor e progressão do estado de saúde dos idosos. O ato de cuidar do outro que está frágil e dependente, possibilita aos trabalhadores de enfermagem experiências de sentimentos muito agradáveis, sobretudo o de estar sendo útil, o que, consequentemente, confere-lhes a sensação de desenvolvimento de tarefa socialmente nobre5.

Esses sentimentos são comumente expressos pela equipe de enfermagem, independente da área de atuação, pois essa profissão tem como foco central o cuidado ao ser humano. Dessa forma, o prazer diante da melhora clínica do paciente é encontrado em outros estudos com profissionais da enfermagem de diversas áreas2,5,6,17,18.

O trabalho, quando funciona como fonte de prazer, seja pela construção da identidade do sujeito, pelo seu reconhecimento e pela sua realização profissional, permite que o trabalhador se torne sujeito da ação, dominando o trabalho e não sendo dominado por ele1.

O sofrimento laboral ao cuidar da pessoa idosa na ILPI

O sofrimento no trabalho surge quando a relação do trabalhador com a organização do trabalho é bloqueada, em virtude das dificuldades da negociação, das diferentes forças que envolvem o desejo da produção e o desejo do trabalhador. Nesse sentido, o estudo do sofrimento é direcionado para a inter-relação dos trabalhadores com o seu trabalho e para as estratégias defensivas que são utilizadas para lidar com essa relação12.

Na relação do trabalhador de enfermagem e o seu trabalho com os idosos nas ILPI, foram identificadas algumas situações geradoras de sofrimento, dentre elas, o fato de assistir o distanciamento e desinteresse familiar pelo idoso.

Os filhos deixam aqui no lar e não vem visitar, não se preocupa com a mãe e com o pai, vem aqui e deixa só porque está pagando. Então, é muito difícil ver isso [...]. Isso parte o coração (TE 2).

[...] me revolta ver a família trazendo o idoso e só pagando a hospedagem dele aqui. Tem que engolir. E não pode falar nada, não podemos esquecer que estamos no trabalho (TE 1).

A impossibilidade de intervenção dos profissionais na relação familiar é um fator ainda mais forte na geração no sofrimento do trabalhador. Quando a liberdade no trabalho diminui, ou seja, o sujeito não pode ter iniciativa diante de um acontecimento, a relação do trabalhador com o trabalho é bloqueada, pois este não tem a liberdade de fazer uso de suas aptidões psicomotoras, psicossensoriais e psíquicas, gerando o sofrimento. O uso da inteligência para adequar alguns eventos no trabalho a sua personalidade possibilita a diminuição da carga psíquica e o desenvolvimento do prazer no trabalho19.

A ausência da relação familiar também foi identificada em estudo com trabalhadores de enfermagem que cuidam de idosos hospitalizados10. Esse achado indica que, independente do idoso ser institucionalizado e conviver com o abandono da família, parece estar presente no cotidiano dos profissionais que prestam assistência a esse grupo etário.

Alguns comportamentos dos idosos resistentes às normas e rotinas estabelecidas na ILPI e na organização do trabalho da enfermagem podem ser geradores de sofrimento aos profissionais ao longo do cuidado. Os idosos apresentam comportamentos que, às vezes, desagradam os profissionais ou que vão contra as normas e rotina da instituição, constituindo-se como geradores de sofrimento aos trabalhadores durante o cuidado.

[...] aqui você acaba tendo que aceitar muita coisa, eles estão numa idade que não adianta você querer corrigir certos comportamentos e isso, às vezes, é difícil. [...]. Exige muita paciência (AE 5).

[...] para trabalhar com idoso tem que gostar, porque tem que ter muita paciência. É comida na boca de um, o outro não quer tomar banho, nem sempre é fácil [...] (AE 3).

O cuidado aos idosos demanda certas habilidades dos profissionais como a comunicação, a paciência para lidar com as solicitações constantes e com os comportamentos persistentes da pessoa idosa e disposição para realizar cuidados básicos que, geralmente, são repetitivos. O profissional que não se identifica com o trabalho, passa a vivenciar sentimentos negativos como o descontentamento e a frustração.

Diante desses sentimentos negativos, o trabalho passa a ser uma atividade pesarosa, que oferece dificuldade e sobrecarga mental aos seus trabalhadores, promovendo a insatisfação profissional e a diminuição da vontade de executar a atividade laboral, podendo comprometer a qualidade da assistência prestada por esses indivíduos aos idosos institucionalizados, bem como a saúde do trabalhador.

Executar um trabalho gerador de sofrimento é fator desencadeador de adoecimento ocupacional, com destaque para o estresse relacionado ao trabalho, que pode ser constante, levando a psicomatização, isto é, a instalação de sintomas e limitações físicas no trabalhador. Nesse sentido, ressalta-se a Síndrome de Burnout, geralmente, identificada entre os trabalhadores de enfermagem, considerada a cronificação do estresse laboral, podendo levar a exaustão física e emocional, despersonalização e insatisfação profissional20.

Acompanhar o declínio funcional e piora clínica do idoso é outra situação geradora de sofrimento aos trabalhadores de enfermagem. O trabalho significa a criação de identidade pelo fazer e produzir e, é na satisfação desses aspectos, que o trabalhador tem vivências de prazer21. Assim, a incapacidade dos trabalhadores de enfermagem frente à reabilitação da saúde do idoso, prejudica a sua produção do trabalho e, consequentemente, a sua satisfação e prazer laboral.

[...] é triste ver que ele entra aqui andando, conversando e de repente vai rebaixando e fica numa cama. É triste ver isso, porque a gente acompanha isso e não consegue impedir [...] (ENF 1).

[...] fazemos tudo o que tem que ser feito, mesmo assim não vemos resultado, por mais que a gente se esforça, não vê resultado na pessoa (TE 2).

O sofrimento diante da dor alheia parece ser inerente ao trabalho da enfermagem, pois essa situação foi encontrada em outros estudos com profissionais que cuidam de idosos, como também de paciente com problemas crônicos e/ou com prognósticos não favoráveis à vida2,6,10,17.

Nas situações de proximidade da morte, observou-se que o trabalhador de enfermagem busca o "prazer subjetivo", ou seja, aquele decorrente da consciência de proporcionar ao indivíduo os cuidados adequados as suas necessidades e uma morte digna, o que o qualifica como um profissional ético10.

[...] eu vejo como um cuidado paliativo, portanto, não espero que ele vá melhorar, o que a gente tem que fazer é deixa-lo bem. Então é um cuidado para o conforto deles [...] (AE 10).

A morte, muitas vezes, é vista como o reflexo do fracasso da assistência prestada, pois os profissionais de enfermagem tomam para si a responsabilidade de salvar, curar ou mesmo aliviar a dor do outro2. Dessa forma, os trabalhadores expressam sentimentos de angústia, impotência e insatisfação diante da perda do idoso após o investimento e esforço para a sua recuperação.

Ao longo da formação acadêmica, o profissional da enfermagem convive com aprendizados de carácter técnico, que buscam a preservação da vida humana. Considerando essa perspectiva e os aspectos histórico-culturais e subjetivos, percebe-se que, por vezes, o fenômeno da morte não é reconhecido como algo natural da existência do ser, o que acaba gerando frustração na equipe, pois não conseguem reverter a situação de finitude22,23.

É muito difícil quando eles morrem, porque você se dedica ao máximo para eles melhorarem, para eles viverem e, mesmo assim, eles acabam falecendo (TE 5).

Eu já tentei reanimar muitos idosos, mas sem sucesso. Fiz o meu melhor, tudo o que eu podia, mas não resolveu. Por isso, é difícil lidar com a morte, não tem muito o que você possa fazer [...] (ENF 4).

O sofrimento do trabalhador frente à morte do paciente também foi relatado por trabalhadores de enfermagem que cuidam de idosos hospitalizados, que prestam assistência em unidades de terapia intensiva e oncologia, até mesmo no cenário internacional, evidenciando que esse sofrimento sempre é vivenciado na profissão da enfermagem, já que os profissionais convivem diariamente com a finitude da vida2,6,17,24.

Diante da presença dessas situações geradoras de sofrimento no contexto laboral da enfermagem, esses trabalhadores precisam racionalizar essas circunstâncias como características da profissão, aspectos imutáveis e permanentes a todos que prestam assistência às pessoas que apresentam limitações físicas e mentais, bem como um processo de adoecimento. O sofrimento laboral diante a incapacidade de reabilitação e morte dos pacientes deve ser ressignificado pelos profissionais, a fim de não limitar o seu desempenho e a satisfação no trabalho, devendo ser compreendido e aceito por estes.

No contexto das ILPI, o estabelecimento de vínculo e a convivência diária por longo período com os idosos, potencializam os sentimentos de perda e tristeza vivenciados pelos trabalhadores. O papel de profissionais é deixado de lado e é substituído pelo de pessoas que perderam um ente querido.

Eles fazem muita falta, todo dia você está ali conversando com ele, cuidando dele e quando ele falece fica aquele vazio e você está tão acostumado dar comida, pegar para dar banho que você esquece que o idoso faleceu e vai lá no quarto buscar ele (TE 6).

[...] no dia que ela faleceu é como se eu tivesse perdido minha mãe [...] é um sentimento como se fosse alguém da família (AE 7).

O trabalho desenvolvido pela equipe de enfermagem é gerador de sentimentos ambíguos, pois ao mesmo tempo em que a criação de vínculos é fator determinante na vivência do prazer, também influencia negativamente a experiência da morte do idoso, o que dificulta a convivência dos profissionais com essa característica do seu contexto laboral.

O trabalhador não chega ao local de trabalho como uma "máquina nova", ele tem uma história, aspirações, desejos, motivações, necessidades psicológicas, fazendo com que cada indivíduo tenha características únicas e pessoais que influenciam a sua relação de sofrimento no trabalho1. Desse modo, os profissionais reagem de formas diferentes diante do falecimento do idoso. Enquanto alguns encaram a morte como algo esperado e natural por fazer parte do ciclo da vida, outros vivenciam o sentimento de tristeza que chega a influenciar a sua saúde, o tempo de superação e retorno à rotina de trabalho.

[...] O último que faleceu eu fiquei o dia inteiro na cama, eu não levantei para nada (TE 10).

[...] teve um vô que faleceu aqui e eu fiquei uns 15 dias mal, meio baqueada, demorou para eu ficar bem de novo (TE 6).

As características da ocorrência do óbito podem gerar sentimentos distintos entre os trabalhadores, sendo que diante do falecimento de um idoso debilitado com prognóstico desfavorável, os profissionais já esperam a sua morte, o que ameniza o sofrimento da equipe.

[...] no caso dessa senhora que morreu de repente, a gente recebe a notícia como um impacto, porque ela estava bem. Diferente da outra senhora que estava sofrendo e a gente esperava ela falecer a qualquer momento [...]. Quando a gente não espera a morte do idoso, nós ficamos mais tristes (TE 9).

No caso da morte repentina de um idoso com bom estado de saúde, os sentimentos vivenciados são de surpresa e, até mesmo, de choque diante do inesperado, fazendo com que a morte seja ainda mais difícil de ser aceita.

Observa-se que as situações geradoras de sofrimento a esses trabalhadores de enfermagem apresentam forte influência sobre a sua satisfação profissional. Estudos ressaltam que se uma pequena parcela da equipe de enfermagem não está satisfeita com o seu trabalho, a qualidade da assistência fornecida por toda a equipe pode ser comprometida. Desse modo, é primordial a avaliação da satisfação desses profissionais, para que sejam elaboradas e implantadas ações que busquem a promoção da satisfação e, consequente, vivência do prazer laboral por esses trabalhadores, tendo em vista a qualidade do cuidado direcionado aos pacientes23,25.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Identificou-se nos discursos dos entrevistados a ressignificação do sofrimento, especialmente, por aqueles que não desejavam trabalhar em ILPI, a partir da vivência de situações geradoras de prazer, como o reconhecimento da importância e valor do seu trabalho por parte dos idosos.

A ressignificação do sofrimento é fundamental para que o trabalhador alcance o equilíbrio na relação trabalho-saúde-adoecimento, pois permite a transformação da situação geradora de sofrimento, direcionando-a ao prazer. O trabalhador confere um novo sentido ao trabalho, promovendo o seu crescimento e satisfação profissional, a elaboração de sua identidade no trabalho, além de ser fator motivacional na melhoria do desempenho laboral.

A vivência cotidiana por longo período com os mesmos indivíduos se constitui em uma característica específica no trabalho no serviço das ILPI, possibilitando a criação de vínculos afetivos entre os profissionais e os idosos, relação que repercute tanto nas vivências de prazer, quanto nas de sofrimento, despertando sentimentos ambíguos. Esse achado vai ao encontro do pressuposto da escola Dejouriana de que as vivências de prazer e sofrimento são ambíguas e inerentes a todo o contexto de trabalho.

Os achados deste estudo evidenciam que, assim como as unidades de terapia intensiva e os serviços de emergência, as ILPI apresentam situações geradoras de prazer e sofrimento aos profissionais de enfermagem, demonstrando que a relação entre indivíduo e o seu trabalho deve ser investigada nos diversos campos de atuação dessa profissão, não se limitando ao ambiente hospitalar.

A escassez de estudos sobre o sofrimento e prazer dos trabalhadores de enfermagem no cuidado ao idoso institucionalizado, remete a necessidade de maior investigação acerca da influência desse processo de trabalho sobre a saúde física e psicológica dos profissionais, bem como sobre a qualidade do cuidado prestado por esses profissionais.

Vale ressaltar a limitação da abordagem de sentimentos e percepções, pois estes são aspectos abstratos sujeitos à influência do momento em que o indivíduo se encontra, à subjetividade e à interpretação singular de cada trabalhador. No entanto, acredita-se que este estudo possa fornecer subsídios para estimular discussões sobre questões relacionadas às vivências de prazer e sofrimento laboral, a fim de promover a ressignificação do sofrimento e obtenção de prazer no trabalho de enfermagem em ILPI.

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