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A crise de paradigmas na ciência e as novas perspectivas para a enfermagem
Quintila Garcia Santos; Dulcian Medeiros de Azevedo; Roberta Kaliny de Sousa Costa; Flávio Pereira de Medeiros
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2011; 15(4): 833 - 837
O paradigma é entendido como um padrão a ser seguido, e inclui o conjunto de crenças, valores, técnicas e teorias partilhadas, sendo influenciado por fatores culturais, políticos, econômicos e sociais vigentes. Objetivou-se realizar uma reflexão acerca da crise paradigmática do conhecimento científico e de suas implicações no âmbito da enfermagem, apresentando uma visão panorâmica do desenvolvimento da pesquisa nessa área. É premente a necessidade de novos princípios norteadores da prática científica, os quais vêm emergindo na ética, sustentabilidade ambiental, interdisciplinaridade, valorização da complexidade, respeito à subjetividade. Para que a enfermagem se fortaleça enquanto ciência, profissão e prática social, é imprescindível a utilização das ferramentas disponíveis, na promoção de ações sociopolíticas que apontem para uma maior qualidade de vida da sociedade. O processo do trabalho em saúde e seus paradigmas exigem do enfermeiro clareza dos seus limites de atuação, intervenção e habilidade para construir conhecimento novo, promovendo a inovação da produção em saúde.
Palavras-chave: Enfermagem. Pesquisa em enfermagem. Filosofia em enfermagem
Danielle Souza Silva; Dulcian Medeiros de Azevedo
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2011; 15(3): 587 - 594
O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) tem se destacado como peça fundamental para a concretização do processo de desinstitucionalização e reabilitação psicossocial. Objetivou-se investigar as percepções dos profissionais de enfermagem atuantes no SRT sobre a Reforma Psiquiátrica, e sua relação com a formação técnico-científica e prática profissional. Estudo de natureza descritiva, com abordagem qualitativa, sendo entrevistados seis profissionais de enfermagem atuantes no SRT de Caicó-RN. A coleta foi realizada entre os meses de outubro e dezembro de 2009. A Reforma Psiquiátrica foi percebida como um movimento complexo que tem como finalidade modificar o trabalho na área da Psiquiatria; a partir dela o profissional é "motivado" a assumir uma nova posição em relação ao doente, uma postura mais horizontal e humanizada. Este estudo contribuiu para o melhor entendimento da realidade pesquisada, no que se refere à mudança na rede de saúde mental.
Palavras-chave: Equipe de Enfermagem. Prática Profissional. Saúde Mental. Serviços de Saúde Mental. Enfermagem Psiquiátrica
A representação social de familiares nos centros de atenção psicossocial
Dulcian Medeiros de Azevedo; Francisco Arnoldo Nunes de Miranda
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2011; 15(2): 354 - 360
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) estão previstos como as portas de entrada e regulação em saúde mental, e foram criados na intenção de substituir as internações nos manicômios pelo atendimento aberto na comunidade. Objetivou-se apreender as representações sociais dos familiares de usuários dos CAPS do Município de Natal-RN, a respeito de sua participação nas atividades desses serviços. Pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, desenvolvida com 28 familiares por meio de entrevista semiestruturada, entre agosto e setembro de 2007. Os dados obtidos receberam o suporte informacional do software ALCESTE. Os familiares estruturam sua representação social em face de uma necessidade e esperança por mudanças no tratamento de saúde de seus familiares, cristalizadas pela tomada de posicionamento e comportamento, amparados na presença do espaço ambiental dos CAPS. A participação familiar ainda não reúne, nos cenários investigados, condições para promover a inserção do familiar, pois a presença física constatada ainda não é o bastante.
Palavras-chave: Psicologia Social. Serviços de Saúde Mental. Família. Enfermagem Psiquiátrica. Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias
As novas práticas em saúde mental e o trabalho no serviço residencial terapêutico
Danielle Souza Silva; Dulcian Medeiros de Azevedo
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2011; 15(3): 603 - 609
Objetivou-se investigar a percepção de cuidadores sobre o trabalho desenvolvido no Serviço Residencial Terapêutico (SRT) de Caicó-RN. Pesquisa descritiva e qualitativa, realizada em 2009 com seis profissionais de enfermagem atuantes como cuidadores, por meio de entrevista semiestruturada. Emergiram duas categorias: O trabalho realizado no SRT e os resultados alcançados; Dificuldades e desafios encontrados na dinâmica do SRT. O SRT foi implantado com o intuito de (re)socializar os moradores na vida em comunidade, de aumentar a autonomia e a capacidade de interação social. A morada e o seu cotidiano possibilitam aos usuários mudanças no seu estilo e qualidade de vida, apesar de apresentar problemas graves como a precariedade da estrutura física, recursos materiais e humanos insuficientes. O trabalho dos cuidadores parte da incorporação unânime do enfoque psicossocial, mas ainda precisa melhorar no sentido de enfatizar a atuação dos moradores enquanto sujeitos ativos.
Palavras-chave: Atenção à Saúde. Equipe de Enfermagem. Moradias Assistidas. Saúde Mental. Serviços de Saúde Mental
Formação do acadêmico de enfermagem: vivência na atenção a usuários de drogas psicoativas
Andiara Araújo Cunegundes de Brito1; Danielle Souza Silva2; Dulcian Medeiros de Azevedo3
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2012; 16(2): 395 - 400
O artigo objetivou relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem na Fundação Belo Amor, localizada no município de Caicó/RN, serviço de reabilitação psicossocial para usuários de álcool e outras drogas, buscando reconhecer a rede de saúde mental no município. A vivência partiu da disciplina Políticas Públicas de Saúde Mental, ofertada no sexto período do curso de graduação em enfermagem, e compreendeu dois momentos: a captação da realidade e o desenvolvimento de duas técnicas de grupo. Através das atividades realizadas foi possível aproximar-se da história de vida dos usuários; apreender sentimentos e/ou situações que os levaram ao consumo de drogas ou recaídas; e a vivência do processo de reabilitação atual e as perspectivas futuras. Esta experiência possibilitou que os acadêmicos compreendessem a importância deste serviço para a rede de saúde mental, e ainda para a formação generalista, crítica e reflexiva do profissional enfermeiro.
Palavras-chave: Drogas ilícitas. Serviços de saúde mental. Centros de reabilitação. Educação em enfermagem. Enfermagem psiquiátrica.
Oficinas terapêuticas como instrumento de reabilitação psicossocial: percepção de familiares
Dulcian Medeiros de Azevedo; Francisco Arnoldo Nunes de Miranda
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2011; 15(2): 339 - 345
As oficinas terapêuticas permitem a possibilidade de projeção de conflitos internos/externos por meio de atividades artísticas, com a valorização do potencial criativo, imaginativo e expressivo do usuário. Objetivou-se identificar a percepção dos familiares sobre as oficinas terapêuticas desenvolvidas. Pesquisa descritiva, com delineamento qualitativo, desenvolvida nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Natal-RN, entre agosto e setembro de 2007. Foram entrevistados 28 familiares que participavam regularmente dos serviços. Os familiares destacaram o impacto positivo dos CAPS em suas trajetórias de tratamento e de vida, na melhoria da harmonia familiar. Sobre as oficinas terapêuticas, identificaram falhas e contradições, denunciando e apontando caminhos de superação. Percebem os espaços de participação nos CAPS como formas importantes de acompanhamento do seu familiar usuário, além do crescimento mútuo. As oficinas terapêuticas representam um instrumento importante de ressocialização e inserção individual em grupos, na medida em que propõem o trabalho, o agir e o pensar coletivos, conferidos por uma lógica inerente ao paradigma psicossocial.
Palavras-chave: Terapia pela Arte. Serviços de Saúde Mental. Família. Enfermagem Psiquiátrica. Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias
Percepções de familiares sobre o portador de sofrimento psíquico institucionalizado
Dulcian Medeiros de Azevedo I; Francisco Arnoldo Nunes de Miranda II; Mércia Maria de Paiva Gaudêncio III
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2009; 13(3): 485 - 491
Objetivou-se investigar a percepção do sofrimento psíquico na visão familiar. Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado em junho de 2005 em um hospital psiquiátrico de médio porte. Entrevistaram-se 15 familiares que acompanhavam o tratamento e a assistência no hospital. As falas foram submetidas à análise de conteúdo, categoria temática. Nesse sentido, os familiares demonstraram conhecer as alterações comportamentais decorrentes do sofrimento psíquico e o seu período de instalação. Relataram ainda um percurso angustiante e difícil na procura por ajuda, afirmando não saber a quem ou o quê procurar, valendo-se, inicialmente, do auxílio mágico-religioso e, posteriormente, do conhecimento médico-científico. No âmbito da convivência familiar, os conflitos existem e reforçam o comprometimento nas relações interpessoais e vínculos sociais. Torna-se um desafio para os profissionais de saúde mental estabelecer vínculos terapêuticos com familiares de portadores de sofrimento psíquico, ensejando um redirecionamento das práticas assistenciais e, sobretudo, de educação em saúde.
Palavras-chave: Transtornos Mentais. Família. Enfermagem Psiquiátrica. Serviços de Saúde Mental
Práticas discursivas e o silenciamento do doente mental: sexualidade negada?
Francisco Arnoldo Nunes de Miranda I; Antonia Regina Ferreira Furegato II; Dulcian Medeiros de Azevedo III
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2008; 12(1): 136 - 142
O estudo teve por objetivo identificar as Representações Sociais dos profissionais enfermeiros sobre a sexualidade do doente mental. Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa. Utilizou-se o recurso técnico-metodológico denominado Técnica de Investigação em Situações Cotidianas (TSC), aplicado aos 17 enfermeiros que trabalhavam em serviços psiquiátricos de Ribeirão Preto/SP. Através das manifestações discursivas, verificou-se que o profissional enfermeiro nega a sexualidade do doente mental, como uma forma de silêncio, estabelecendo limites para a censura sobre essa questão. Nesta perspectiva, ocorre o silenciamento sobre a sexualidade do doente mental, estabelecendose uma política do sentido sobre o mesmo. Tal posicionamento revela a estratégia adotada sobre esse saber e poder, cumprindo as determinações do seu estatuto profissional que é ir ao encontro às expectativas institucionais e sociais.
Palavras-chave: Saúde Mental. Sexualidade. Pessoas Mentalmente Doentes. Enfermagem Psiquiátrica. Pesquisa Qualitativa
Dulcian Medeiros de Azevedo; Francisco Arnoldo Nunes de Miranda
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2010; 14(1): 56 - 63
O Centro de Atenção Psicossocial para tratamento de usuários de álcool e outras drogas (CAPSad) representa a principal estratégia de atenção à saúde relacionada ao consumo de substâncias psicoativas. Objetivou-se investigar a percepção de familiares acerca do tratamento ofertado nos CAPSad Norte e Leste do município de Natal-RN. Foram entrevistados 14 familiares que participavam regularmente das atividades propostas. As entrevistas foram realizadas em agosto e setembro de 2007 e transcritas na íntegra para preparação do corpus e submissão ao ALCESTE. O material discursivo originou três categorias temáticas: Tratamento Melhoras e Expectativas; Convivência Usuário Antes e Depois; e Condições Terapêuticas Agradecimentos, Sugestões e Vulnerabilidade. Os familiares identificaram que o tratamento recebido nos CAPSad favorece melhoras substanciais nas condições de vida e de saúde de seu familiar usuário e nas relações familiares dentro e fora do lar, sendo detectada a necessidade de ajustes e do aumento da oferta das atividades terapêuticas.
Palavras-chave: Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias. Serviços de Saúde Mental. Família. Enfermagem Psiquiátrica. Centros de Tratamento de Abuso de Substâncias
Predisposição ao uso e abuso de álcool entre estudantes de graduação em enfermagem da UFRN
Francisco Arnoldo Nunes de MirandaI; Dulcian Medeiros de AzevedoII; Raionara Cristina de Araújo SantosIII; Isabelle Pinheiro de MacedoIII; Tersila Gardênia Brito e MedeirosIII
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 2007; 11(4): 663 - 679
Estudo de natureza exploratória descritiva com abordagem quantitativa, avaliou a predisposição para o uso e abuso do álcool na Graduação em Enfermagem/UFRN. A amostra foi composta por 42 alunos regularmente matriculados, sendo 76% do gênero feminino. Utilizou-se o questionário CAGE acrescido de itens sobre a síndrome da abstinência alcoólica. Metade (50%) faz uso de álcool, com idade entre 21 e 22 anos (41%). O maior consumo está no quinto período (38%), seguido do terceiro (19%). Dentre os pesquisados, 34% sentem-se fisicamente mal após beberem, 33% tropeçam, cambaleiam e trançam as pernas, e 33% sentem calor e suam. No que se refere aos sintomas mentais e emocionais, 50% referiram lentidão do raciocínio, 25% sensações estranhas e assustadoras quando bebem, e 25%, perda da memória. Conclui-se que há predisposição para o uso e abuso do álcool, e uma tendência ao alcoolismo feminino.
Palavras-chave: Alcoolismo. Transtornos Induzidos por Abuso de Álcool. Enfermagem. Estudantes de Enfermagem. Pesquisa em Avaliação de Enfermagem